7.4.15

Curitiba entre lençóis


A luxúria é traduzida nas esquinas noturnas da grande Curitiba. Cem reais é o preço de uma companhia na cama.

Desde grandes bairros de classe alta a pequenas favelas, a prostituição se faz presente, desde o bairro Batel ao bairro Cajuru, mulheres e travestis marcam presença exibindo seu corpo nas vitrines da cidade.
São sonhos e familias deixados para trás em busca de dinheiro e melhores condições de vida. Jovens com idade de 18 à 28 anos se vendem às margens de estradas como um negócio lucrativo e altamente desmoralizante, e as historias são das mais variadas. Dívidas, vícios, sonhos e até mesmo o prazer respondem a pergunta que indaga o por quê da escolha deste caminho.
Renatinha, 20 anos, caloura em educação física, começou a se prostituir para pagar a faculdade. Ao se ver sozinha no mundo com o falecimento de sua mãe, ela encontrou na prostituição uma maneira fácil de ganhar dinheiro e sobreviver. Seu sonho de ser personal trainer não vai apagar seu passado, mas vai dar dignidade ao que ela fez para realizá-lo, segundo ela.
Para a profissional do sexo Cassandra que é mais experiente no assunto e tem 20 anos de profissão, a prostituição é um emprego como qualquer outro e o salário é muito compensador. Ela contou com a ajuda de donos de bares perto de sua residência que facilitou seus encontros. Mesmo com alguns clientes em situações precárias, Cassandra não desistiu do ramo e hoje em dia ela auxilia mulheres que queiram iniciar ma profissão.
A desvalorização da mulher é um fato presente em boates e casas noturnas que trabalham com garotas de programa. Sempre vai pairar no ar o pensamento que as mulheres só servem para dar prazer ao homem, tanto é que muitos homens denominados cafetões organizam até quais locais e quais preços ficam melhor para a prostituta realizar o programa.
Até onde o prazer tem preço? Até onde o corpo tem valor? A existência da prostituição é algo deprimente e degradante para quem a pratica. Resultante de um governo indiferente que não cria oportunidades e de uma sociedade preconceituosa, o ramo da prostituição se mantém firme e forte. Cem reais é o valor de uma pessoa desvalorizada, é o preço de um passado amargo, é pouco pra comprar um futuro

Matéria produzindo por alunos da Universidade Positivo (Luiz Farias e Marlon Rodrigues) Edição e postagem Altair Lech

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